Qual a necessidade do reconhecimento da nomenclatura Eventólogo? Profissões surgem em resposta às necessidades do mercado e sociedade, evoluindo para atender demandas de cada era. A emergência de novas profissões acompanha o desenvolvimento humano, adaptando-se a contextos sociais. A enfermagem, por exemplo, evoluiu de uma função informal para uma profissão essencial, com formação específica e regulamentada, refletindo sua importância com uma nomenclatura formal.

Similarmente, a profissão de administrador surgiu para gerir organizações que cresciam durante a Revolução Industrial, resultando em cursos e regulamentações que definem sua identidade profissional. A advocacia desenvolveu-se desde a antiguidade até se tornar uma profissão rigorosa, com requisitos de formação e ética, consolidada por uma nomenclatura que confere respeito.

Nomenclaturas também beneficiaram áreas como turismo e marketing, onde termos como “Turismólogo” e “Mercadólogo” foram adotados. O Turismólogo é essencial para políticas de turismo que beneficiam economicamente uma região, enquanto o Mercadólogo cria estratégias de marketing baseadas em dados.

Esses exemplos ilustram como profissões nascem a partir da identificação de uma necessidade, passam por etapas de evolução e estruturação, e finalmente alcançam a formalização e a definição de uma nomenclatura específica. É dentro deste contexto histórico e evolutivo que destacamos a importância da nomenclatura “Eventólogo” para os profissionais formados na graduação de eventos.

A demanda do setor de eventos

Historicamente, o setor de eventos caracterizou-se por uma abordagem fragmentada e não padronizada, onde a expertise era muitas vezes adquirida informalmente. Essa falta de estruturação dificultava a garantia do suporte acadêmico na formação de profissionais específicos para as diversas funções que encontramos no mercado de eventos, além de limitar as oportunidades de crescimento profissional. O reconhecimento de uma formação acadêmica formal se faz premente, não apenas para suprir lacunas de conhecimento, mas também para estabelecer padrões de excelência e profissionalismo na indústria.

Desde 2001, conforme dados disponíveis no site do Ministério da Educação, cursos superiores de tecnologia em eventos são ofertados no Brasil. Ao longo desses 23 anos, até 2024, registrou-se um total de 157 instituições que disponibilizaram esses cursos em todo o país, incluindo 9 instituições públicas, entre federais e estaduais. Atualmente, se mantém 57 cursos ativos em território nacional. Originalmente, esses cursos abrangiam diversas nomenclaturas, tais como Organização de Eventos, Organização e Planejamento de Eventos, Eventos e Turismo, Gestão de Eventos, todas áreas afins dentro do universo dos eventos, etc. Contudo, na 4ª edição do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, o curso foi unificado sob uma única nomenclatura: Gestão em Eventos. Esta mudança visa trazer mais coesão e clareza para todas as partes envolvidas na atuação do universo de eventos, refletindo uma evolução significativa na forma como o setor educacional aborda a formação de profissionais nesta área vital.

O objetivo para o reconhecimento da nomenclatura Eventólogo.

A adoção do termo “Eventólogo” confere identidade e reconhecimento aos profissionais do setor, fortalecendo a comunidade e valorizando o trabalho realizado dentro e fora do mercado de eventos. Ao se referir a alguém como “Eventólogo”, evoca-se a imagem de um especialista qualificado, capaz de enfrentar os desafios do setor e de oferecer experiências em diferentes tipologias de eventos. Esse reconhecimento é particularmente importante para aqueles que são graduados na área, reforçando a legitimidade e o prestígio associados à formação acadêmica recebida.

Portanto, urge a necessidade de reconhecer formalmente a nomenclatura “Eventólogo”, não apenas para promover a valorização dos profissionais graduados, mas também para garantir a adoção de um padrão que proporcionará aos profissionais de eventos a mesma legitimidade e respeito já conferidos a outras profissões estabelecidas. Portanto, é um passo fundamental para o desenvolvimento e o reconhecimento duradouro da profissão, alinhando o setor de eventos com as práticas bem-sucedidas observadas em áreas afins.